terça-feira, 27 de setembro de 2011

Indo para fora do ninho

Quando estava prestes a me formar num curso técnico que fiz, depois de dois anos de convívio, minha professora lia emocionada um texto sobre a experiência de separação entre uma ave mãe e seu filhote. Nesse texto descrevia a sensação da mãe quando sentia que já era chagada a hora do filhote aprender a voar e a caçar para sobreviver. A dor que ficava no coração dela era imenso, mas ela entendia que havia chegado a hora de se desprender do filhote e ainda mais.... incentiva-lo a voar e desbravar o mundo lá fora. Ela estava ciente dos perigos que ele corria, mas não havia escolha, para ele viver como os outros ela precisava arremessa-lo do penhasco para que seu instinto o fizesse voar. Como era dolorido para ela!! Como era assustador para ele!! Parecia até que a sua mãe queria mata-lo! Mas a verdade era que a hora havia chegado, ele precisava se tornar um dia como ela.
Nesses dias tenho refletido sobre isso. Nosso Deus prepara em nossas longas jornadas pessoas para compartilharmos nossas vidas. Existem pessoas que se tornam “pais” espirituais de alguns, outros são “filhos” de outras pessoas, esses são chamados discípulos. Sim, é necessário que cada um de nós, depois de maduro na fé, façamos discípulos, passando nosso conhecimento, nossa essência, que o acompanhemos de perto, porém existe o momento de se afastar. Isso é muito importante para que essa pessoa não se torne dependente de nós, e sim do nosso Deus que o guiará no desafio de voar mundo afora. Não podemos negligenciar as fases da vida, nem quando estamos na posição de discípulos, nem quando estamos na posição de discipuladores. Normalmente todos nós passaremos por essas duas fases em vários momentos de nossas vidas. Por isso, entenda o momento de abraçar e o momento de se afastar do abraço, como diz as escrituras. Deus permite esses momentos para um crescimento maior em nós.
Queria ainda usar essa ilustração em nosso relacionamento com Deus. Nos sentimos aquecidos e seguros quando estamos na cômoda habitação com o Pai, não vemos o mundo lá fora. Mas chegará o momento em que deveremos encarar nossos medos e voar do alto penhasco, cumprir a tarefa para a qual fomos chamados, alcançando a fase adulta também. Isso não quer dizer independência de Deus, absolutamente, quer dizer que nossa vida com Deus também tem fases. Existe o momento do conforto, da busca no ninho, mas também há a busca no momento do voo. Tudo isso é tão necessário para nos tornarmos “aves adultas” e maduras em Deus. Isso também não quer dizer que não voltaremos ao ninho e sim que encontraremos um novo ninho num penhasco mais alto. Ali nosso Pai estará nos esperando depois de um longo e cansativo voo para que possamos descansar um pouco e recomeçar a nossa jornada. Considere todas as fases de sua vida!
 ... Há um tempo certo para todas as coisas debaixo do céu... tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de junta-las, tempo de abraçar e tempo de se conter... (Eclesiastes 3: 1 – 5)
“Quando os dias forem bons, aproveite-os bem; mas, quando forem ruins, considere: Deus fez tanto um quanto o outro, para evitar que o homem descubra alguma coisa sobre o futuro. Eclesiastes 7-14 
Pense nisso!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Interesse ou Amor?

Ao ler o texto de João 6 pela manhã vi como Jesus já observava a maneira que ele era procurado. Aquele povo que havia tido sua fome saciada no milagre da multiplicação dos pães estava procurando desesperadamente por Jesus. Eles foram capazes de atravessar o rio com um barquinho para acha-lo. Mas nosso Jesus sempre soube a intenção do coração do homem e suas motivações. Jesus sabia que aquele povo não o procurava porque estava interessado em suas palavras de vida e sim por causa do milagre, pois Jesus havia saciado a fome de pão. Jesus logo fez um dos discursos mais fortes para aquele povo, dizendo verdades tão puras e profundas, mas aqueles corações não estavam preparados para Suas verdades, porque suas motivações estavam com foco errado, não entenderam a grande revelação e o abandonaram. Foram embora!! Porque Jesus ao invés de dar-lhes o pão para saciar sua fome na carne, deu pão para o Espirito e eles rejeitaram.

Quantas vezes procuramos por Jesus por Ele ser aquele que supri nossas necessidades físicas, porque temos algum problema a ser resolvido, alguma causa na justiça a ser ganha, a ter nossas carências emocionais resolvidas? Jesus pode fazer e faz todas essas coisas, mas não se esqueça, Ele sabe pelo que você está o buscando, Ele sabe sua verdadeira motivação. Ele sabe se o que importa para você é Sua mão ou Seu coração. Você tem rejeitado o pão espiritual que Jesus tem te dado? Tem feito pouco caso porque prefere a saciedade da carne e não compreende a profundidade da revelação? Jesus, após ter sido abandonado por aqueles que o seguiram, se virou para os amigos mais íntimos dele, os doze discipulos e perguntou: “ Vocês também querem ir?” mas Pedro respondeu uma frase que ferve meu coração: “Para onde iremos? Só tu tens as palavras de vida eterna!”

A palavra que muda, confronta, sara, restaura. Esse é o nosso Jesus, que pode saciar nossa fome carnal, suprir nossos desejos e necessidades daqui, mas que dá muito mais importância em nos alimentar pela palavra que traz vida e transformação! Pense nisso!! Nosso Jesus sabe o que nos motiva a busca-lo. Que sua busca por Ele seja pura, seja por amor, para saciar sua alma.